Desde os primórdios se cultivam
videiras e a existência do vinho foi registrada, pela primeira vez, nos papiros
dos Faraós do Egito. Além dos vinhedos às margens do rio Nilo, também havia
videiras nas Ilhas Gregas e na Grécia e então definitivamente os vinhedos se
estenderam ao longo da Bacia do Mediterrâneo, através do Império Romano. (JOHNSON ,p. 21)
Na Bíblia, várias passagens reportam-se às vinhas, às uvas e ao vinho: “Hebron tinha sido fundada sete anos
antes que Tânis do Egito. Chegando ao Vale do Cacho (os israelitas), cortaram
um ramo de videira com um cacho de uvas, e o penduraram numa vara transportada
por dois homens; colheram também romãs e figos.” (Bíblia, Números, cap.13, vers.22-23) “Eu sou a verdadeira videira, e meu
Pai é o agricultor [...].”(Bíblia, João, cap.15, ver.1) “Salomão tinha uma vinha em
Baal-Hamon: deu a vinha aos meeiros e do fruto dela cada um lhe traz mil moedas
de prata”, (Bíblia, Cântico dos Cânticos, cap.8, ver.11) entre inúmeras outras.
No
território gaúcho, os Padres Jesuítas foram os pioneiros na plantação de vinhas
e fabricação de vinho. Fizeram suas igrejas, do lado direito um colégio e ao
lado esquerdo um convento e o cemitério da comunidade. Ao fundo, numa área com
muro de pedras, havia uma horta e pomares com frutas de procedência europeia e
também vinhedos. Com as uvas faziam o seu vinho para a celebração eucarística.
(Dal
Pizzol, p. 26-27)
[...]
Até os dias atuais os descendentes de
imigrantes italianos celebram em suas cidades as festas tradicionais,
enaltecendo a uva e o vinho. Em Caxias dos Sul comemoram a Festa Nacional da
Uva, em Bento Gonçalves a Fenavinho, em
Flores da Cunha a Fenavindima e em Garibaldi a Fenachamp, Festa do Espumante
Brasileiro.
****
Rosa Maria B. Kaspary
Pesquisadora e poetisa
Nota: No início da imigração a comunidade de Garibaldi enfrentou muitas
agruras, porém os seus líderes sempre acreditaram na força do seu povo e isso
se constata no estribilho do Hino às Uvas, composto em 1913, pelo Coronel Affonso Aurélio Porto, Intendente (prefeito) do Município. “Que de uvas se engrinalde
Teu solo, amado torrão,
Fazendo de Garibaldi
A terra da Promissão”.
O hino mais se parece com uma profecia. É profundo e inspirador, ao
ponto que ousei responder o refrão:
Na terra
da promissão
Jorram
vinhos espumantes
Nas taças,
há coroação
Com as
gotas borbulhantes. (Rosa Maria B.Kaspary)
E toda região serrana, se “engrinaldou” de uvas! É o resultado do
trabalho e da persistência do povo Italiano, que plantou, investiu e
desenvolveu técnicas para chegar à excelência.
Rosa Maria B. Kaspary
Pesquisadora e poetisa
Nenhum comentário:
Postar um comentário