segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O Cultivo das Videiras nas Terras Gaúchas

                                       
Desde os primórdios se cultivam videiras e a existência do vinho foi registrada, pela primeira vez, nos papiros dos Faraós do Egito. Além dos vinhedos às margens do rio Nilo, também havia videiras nas Ilhas Gregas e na Grécia e então definitivamente os vinhedos se estenderam ao longo da Bacia do Mediterrâneo, através do Império Romano. (JOHNSON ,p. 21)
Na Bíblia, várias passagens reportam-se às vinhas, às uvas e ao vinho: “Hebron tinha sido fundada sete anos antes que Tânis do Egito. Chegando ao Vale do Cacho (os israelitas), cortaram um ramo de videira com um cacho de uvas, e o penduraram numa vara transportada por dois homens; colheram também romãs e figos.” (Bíblia, Números, cap.13, vers.22-23) “Eu sou a verdadeira videira, e meu Pai é o agricultor [...].”(Bíblia, João, cap.15, ver.1) “Salomão tinha uma vinha em Baal-Hamon: deu a vinha aos meeiros e do fruto dela cada um lhe traz mil moedas de prata”, (Bíblia, Cântico dos Cânticos, cap.8, ver.11) entre inúmeras outras.
No território gaúcho, os Padres Jesuítas foram os pioneiros na plantação de vinhas e fabricação de vinho. Fizeram suas igrejas, do lado direito um colégio e ao lado esquerdo um convento e o cemitério da comunidade. Ao fundo, numa área com muro de pedras, havia uma horta e pomares com frutas de procedência europeia e também vinhedos. Com as uvas faziam o seu vinho para a celebração eucarística. (Dal Pizzol, p. 26-27)
[...]
Até os dias atuais os descendentes de imigrantes italianos celebram em suas cidades as festas tradicionais, enaltecendo a uva e o vinho. Em Caxias dos Sul comemoram a Festa Nacional da Uva,  em Bento Gonçalves a Fenavinho, em Flores da Cunha a Fenavindima e em Garibaldi a Fenachamp, Festa do Espumante Brasileiro.
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Nota: No início da imigração a comunidade de Garibaldi enfrentou muitas agruras, porém os seus líderes sempre acreditaram na força do seu povo e isso se constata no estribilho do Hino às Uvas, composto em 1913, pelo  Coronel Affonso Aurélio Porto, Intendente (prefeito) do Município.                                                 “Que de uvas se engrinalde
  Teu solo, amado torrão,
  Fazendo de Garibaldi
  A terra da Promissão”.  
O hino mais se parece com uma profecia. É profundo e inspirador, ao ponto que ousei responder o refrão: 
Na terra da promissão
Jorram vinhos espumantes
Nas taças, há coroação
Com as gotas borbulhantes. (Rosa Maria B.Kaspary)



E toda região serrana, se “engrinaldou” de uvas! É o resultado do trabalho e da persistência do povo Italiano, que plantou, investiu e desenvolveu técnicas para chegar à excelência.  

Rosa Maria B. Kaspary
Pesquisadora e poetisa 








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