Após o
descobrimento do Brasil, a região de Montenegro foi desbravada por portugueses
e espanhóis. O rio Caí foi uma importante rota para os mercadores espanhóis, que
subiam o rio da Prata, bem como para os portugueses, vindos da Lagoa dos Patos
pelo rio Jacuí.
Os primeiros a instalarem-se no município, à margem direita do rio Caí,
entre 1730 e 1740, foram os portugueses: Antônio de Sousa Fernando, Bartolomeu
Gonçalves de Magalhães e Antônio José Machado de Araújo e suas famílias. Após
vieram os paulistas, os imigrantes alemães, italianos e os franceses.
Em 1785 foi
construída a primeira casa de pedras na sede, era coberta por telhas (raras à
época), cujo proprietário foi Estêvão José Simas. Foi edificada por José de
Araújo Vilela e mais tarde habitada por Tristão José Fagundes, genro de Simas e
fundador da cidade de Montenegro.
Em 1824
chegou o primeiro grupo de imigrantes alemães, num total de 126 pessoas e
gradativamente vieram mais imigrantes de Porto Alegre, em direção
às novas colônias.
No século XIX
a Cervejaria Jahn começou as suas atividades no município e na metade do século
XX tornou-se uma das maiores cervejarias do Estado. Em 1873, antes da vinda dos
imigrantes italianos à região serrana, Montenegro já contava com diversos
estabelecimentos comerciais.(*1)
Em 31 de
março de 1938, o município foi dividido em onze distritos: Montenegro, Maratá,
Harmonia, Barão, Bom Princípio, Estação São Salvador (Salvador do Sul), São
Vendelino, Tupandi, Brochier, Poço das Antas e Pareci Novo.
Em 1948 instalou-se em Montenegro a
TANAC, uma das maiores extratoras de tanino do mundo, passando a produzir
extratos vegetais de acácia negra no município. A cidade também abriga a
“ECOCÍTRUS”, uma cooperativa de sucos
cítricos orgânicos.
O município ainda conserva a casa da
atafona,(*2) um prédio histórico, onde os imigrantes alemães produziam a farinha
de mandioca. A infraestrutura do Cais do Porto foi remodelada e no local a
população pratica suas caminhadas. O rio Caí, um dos cartões postais da cidade,
também é apreciado pelos desportistas, que praticam Jet-ski e canoagem.(*3)
Na entrada da cidade, ao longe se
avista o morro São João. Para acessá-lo, uma estrada foi aberta até os seus
dois mirantes, para apreciar sua vista deslumbrante. Segundo a lenda, o morro é
um gigante adormecido.
O Hino de Montenegro, composto por Osvaldo Lopes, em sua última estrofe,
traduz algumas características da cidade.(*4)
Montenegro emancipou-se de Triunfo no dia 05 de maio de 1873 e a
instalação da Vila ocorreu em 04 de agosto de 1873. O seu primeiro intendente foi José Rodrigues da Rosa (1873)
e seus sucessores foram: Luiz Ignácio de Oliveira (1891), Antônio Maria Vargas
(1896) e Cel. José Álvaro Pereira de Moraes (1904).
A Comarca de
Montenegro foi instalada no dia 18 de julho de 1889 e o primeiro Juiz de
Direito foi o Dr. José Manoel de Araújo e Promotor de Justiça o Dr. Luiz
Pinheiro da Costa.
O primeiro bispo da catedral foi Dom Paulo Antonio de Conto, natural de Encantado/RS, assumiu a Diocese no dia 06 de setembro de 2008, data da instalação da Catedral .
O primeiro bispo da catedral foi Dom Paulo Antonio de Conto, natural de Encantado/RS, assumiu a Diocese no dia 06 de setembro de 2008, data da instalação da Catedral .
Anualmente o Município comemora a Festa
do Peixe, Artes e Artesanato, um evento de variada gastronomia e exposição de
artesanato, que é realizado no Cais do Porto das Laranjeiras, junto ao Clube de
Regatas, Caça e Pesca Cruzeiro do Sul.
(*1)CAMPOS
NETTO,p.352. Em 1874 Montenegro contava com: Loja de Fazendas e Taberna de:
Antônio Rodrigues Vianna, Pedro Jung; Sapataria de Pedro Muller; Padaria de:
João Nicolau Tavares Leiria, Augusto Rode; Padaria, Loja de Fazendas e Depósito
de Secos de Theophilo Saraiva da Fonseca; Loja de Marceneiro de: Pedro Fischer,
Adão Wolff; Líquido e Fazendas de: José Ledur, Jacob Reinher, Therêncio
Frederico Hamburgo; Líquidos e Secos de Miguel Vaizhan; Secos e Molhados de:
João Luiz Moreira, Jorge Fauth; Fazendas e Bailantes de Nicolau Finger; Bailes
e Secos e Molhados de: Pedro Kum, Mathias Klein; Loja de Fazendas e Líquidos
Espirituosos de Francisco José Jahn; Líquidos Espirituosos de Joaquim José da
Silva; Escritório de José Inácio de Souza Oliveira; Atafona de José Gonçalves
do Matto; Lumbilheiro de Pedro Ketz & Irmão; Olaria e Loja de Fazendas de
José Inácio de Oliveira; Olaria de Francisco da Silva Coutinho; Engenho de
Aguardente de Florindo Gomes de Souza; Engenho de Serra de: Henrique Kauer,
Jacob Wolff; Engenho, Moinho, Líquidos e Fazendas de João Franz Filho; Moinho
de Moer Grão de José Pedro Rodrigues; Curtume de João Bervan; Ferrarias de:
Jacob Trein, Felippe Leff, Guilherme Schuller; Fábrica de Chapéus de Marcos
Dumpierres.
(*2)
CAMPOS NETTO, José Cândido de. MONTENEGRO. Reeditado em 2014. Montenegro:
Irmãos Gehlen, 1924, p 371: Em 1913 o município de Montenegro tinha 190
atafonas, 184 casas comerciais, 16 pedreiras, 54 serrarias, 3 farmácias, 45
alambiques, 1 armarinho, 36 alfaiatarias, 44 açougues, 11 barbearias, 25 lojas
diversas, 58 moinhos, 7 barcos, 3 carros de praça, 165 carretas de quatro
rodas, 30 carretas de duas rodas, 2 carroças, 1 correio, 3 confeitarias, 40
carpintarias, 17 curtumes, 4 agências, 4 botequins, 15 dentistas, 45 ferrarias
e 198 fábricas diversas.
(*4) Hino Montenegro,
composto em 1971: [...] Na moldura das belas paisagens /Sobressai com um belo
perfil / Este quadro de sua cultura! /
Acaciais, laranjais, frutos mil.
Rosa Maria B. Kaspary
Pesquisadora
Nenhum comentário:
Postar um comentário