RIO GRANDE DO SUL - BRASIL - VALE DO CAÍ E REGIÃO SERRANA GAÚCHA:
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
quinta-feira, 18 de setembro de 2014
Causas Determinantes da Vinda dos Europeus
As mutações econômicas e sociais, ocorridas na Europa no século XIX, muito contribuíram com a vinda dos pioneiros imigrantes europeus ao Vale do Caí e região Serrana Gaúcha. Os conselhos de alguns religiosos, que comparavam o Brasil com “uma segunda Canaã”, a terra
prometida ao povo israelita, foram decisivos.
[...]
Rosa Maria B. Kaspary
Pesquisadora
Pesquisadora
Rosa Maria Boenny Kaspary
Rosa Maria Boenny
Kaspary, casada, pesquisadora,
poetisa, advogada, natural de Feliz (1ºs Registros: São Sebastião do Caí, Feliz e atual
Alto Feliz); foi membro da diretoria da Casa do Poeta Rio-grandense de 1985/87,
associada ao Sindicato dos Compositores de Porto Alegre, estudou na Unisinos - São Leopoldo e Universidade Feevale - Novo Hamburgo/RS,
cursou formação de atores na New Face - Porto Alegre, atuou em várias peças
teatrais; interrompeu suas atividades artísticas em face de aprovação em
concurso e admissão em serviço público. E-mail: rosaambk@gmail.com
Blogs: prazohabil.blogspot.com serraevale.blogspot.com
milagresbiblicosempoesias.blogspot.com
É membro correspondente de entidades
literárias e culturais: Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras de
Anápolis, Goiás; The International Academy of Letters of England de Londres,
Inglaterra; Academia Petropolitana de Poesia Raul de Leoni do Rio de Janeiro,
sócia nº 0231; Academia Goianense de Letras de Goiás, cadeira nº 241,
patronímica de Tales Castanho de Andrade.
Publicou suas primeiras crônicas e
poesias no Jornal Pioneiro de Caxias do Sul e teve trabalhos editados em
diversas antologias nacionais: Todos Cantam sua Terra, Coordenação de Nilton
Stock; Integração Nacional, elaboração da Biblioteca Pública do Estado do Rio
Grande do Sul,1983; Literatura Rio-grandense Vol. 6 – Coletânea Literária,
editora Proletra, 1985; Trovas Poéticas sobre o Mar, coletânea da União
Brasileira de Trovadores, seção São Paulo, 1986; Sinfonia Poética, coordenação
de Paulo Cesar dos Santos, editora Pirilampo, Rio de Janeiro, 1987.
Rosa Maria Boenny Kaspary
Em 1985, obteve reconhecimento de entidades literárias, com
a publicação da obra Letras do Brasil, com a poesia “Eu e o Mar” (dedicada à renomada
poetisa Alfonsina Storni, memorada com o monumento, La Perla - Mar Del Plata/Argentina).
Eu e o Mar
RIMAS DE
ONDAS
VERTEM
CARÍCIAS
NA PRAIA
DESERTA
VENTO
BAILANDO
ONDAS SE
DESFAZEM
ESPUMA VEM
SAUDAR OS
RASTROS...
QUERO SER
FOLHA
FLUTUAR MAR
ADENTRO
OUVIR OS
SUSPIROS
DA FONTE DOS
SONHOS!
NO MAR EU
SINTO
A PAZ EM
ACORDES
COBRIR MEU SER.
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Revolução Federalista e os Saques pelas Colônias
Em 1893, Júlio de Castilhos foi eleito governador da Província de São Pedro. À época, ocorreram choques entre os grupos castilhistas (republicanos) e os maragatos (federalistas), que resultaram em movimento revolucionário, assumindo um caráter de guerra civil.
[...]
Após a Revolução Federalista, meu
bisavô Wenzel Wartha,*(7) que
à época era “Tenente Mestre” do Batalhão de Infantaria,* (8) foi promovido a Capitão do Batalhão da Guarda Nacional*(9) e designado para atuar em Santa Maria
da Soledade (São Vendelino), distrito que pertencia a Montenegro e abrangia a região serrana. Em 11 de junho de 1897, Wartha foi removido com sua equipe ao 5º Distrito, que tinha sua sede em Bom Princípio. (CAMPOS NETTO p.323-456)
Em 14 de
outubro de 1913, com a elevação do Foro da Comarca de Montenegro para 2ª
entrância, Wenzel Wartha foi designado Subdelegado de Polícia*(10) de
Garibaldi e São Vedelino.*
[...]
*(7) Arquivo Histórico da Cúria Metropolitana de
Porto Alegre AHCHPA: conforme registro constante do livro 1 fl.9v, da Capela
Santo Antão de Santa Maria da Soledade, Matriz Montenegro/RS: Wenzel Wartha
(Wenceslau), contraiu núpcias com Khetrin (Catarina) Kellner, em 26/10/1885. Ambos eram austríacos.
*(8) Diário Oficial da União, exemplar nº 8979:
[...] Em 10 de janeiro de 1902:“120” batalhão de infantaria - Estado-maior
–Tenente- coronel comandante, Adão Luiz Katior. Tenente–quartel-mestre:
Wenceslau Wartha; Capitão-cirurgião: Augusto Luhnert.
*(9)Diário Oficial da
União, exemplar nº 8979: A infantaria da Guarda Nacional da Comarca de
Montenegro ficou assim constituída: ESTADO MAIOR: Coronel Comandante Álvaro
Apolinário Pereira de Moraes; Batalhão de Infantaria “4' companhia -- Capitão,
Wenzel Wartha; tenente, Mauricio Bondam; alferes, Carlos Rodrigues da Fonseca e
Santo Bazza.
*(10)
CAMPOS NETTO, p.465: Em 14 de outubro de 1913 os funcionários do Fôro 7º
Distrito (Garibaldi e São Vendelino) foram relacionados da seguinte forma: -
Juiz Distrital- Albino Pedro Diedrich; Escrivão - Carlos Augusto Schrammel;
Subdelegado de Polícia – Wenzel Wartha.
*(11) Desse modo,
denota-se, que o Governo republicano reforçou a segurança pelos Distritos das
colônias, a fim de evitar a formação de novos grupos de maragatos pela região e desarticular eventuais grupos existentes.
Rosa Maria B. Kaspary
Pesquisadora, poetisa e advogada
terça-feira, 16 de setembro de 2014
Os Imigrantes e os Bugres
No
início da colonização alemã, para manter o Distrito de Montravel (Santa Maria da Soledade), livre
dos ataques dos bugres, havia um canhão na colônia, que era acionado
esporadicamente para assustar e manter os índios afastados do vale do Forromeco,
com o troar de seus disparos. “Esta peça, de fundição europeia, sem dúvida ali
trazida pelos primeiros exploradores do país, foi achada há alguns anos, entre
o limo do rio, e conservada para defesa, em caso de necessidade, contra as
incursões dos bugres.”(CAMPOS
NETTO,p.339)
[...]
Rosa Maria B. Kaspary
Pesquisadora e poetisa
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Os Bugres e os Imigrantes
A vasta área de florestas densas da
região dos campos de Cima da Serra, que não se deixou penetrar pelos espanhóis
nem pelos povoadores portugueses, também não atraiu os alemães. Aquela área
permanecia inculta e deserta, apenas habitada por grupos indígenas que
dificultavam o trânsito das tropas e dos viajantes que passavam pelo alto da
serra. (CARNEIRO,p.10)
[...]
(*1) MABILDE, p. 87-88: “A índole feroz dos coroados faz com que, nos combates entre si ou com outra nação selvagem, se comportem com uma crueldade sem limites, sendo naquelas ocasiões dominados por uma paixão tão sanguinária que esquecendo os motivos que os induzem a brigar – e os que os deveriam dissuadir, entre a vingança e a razão – não lhes ocorre senão a ideia de vingança e extermínio, sem piedade alguma das vítimas que caírem em seu poder. [...] Não dão nunca quartel a prisioneiros ou inimigos vencidos que sempre são mortos com golpes de varapau, concedendo a vida as mulheres e crianças que, pela sua idade estejam em condições de acompanhá-los na sua marcha”.
(*2) GANSWEIDT,
Matias José. DAMIÃO, Eugênio. As vítimas do Bugre. Porto Alegre: Selbach, 1946,
p.11-12: Lamberto Versteg, nascido na Alemanha, filho de família nobre, por
parte de mãe seu nome era Lamberto von Steg, descendente dos condes de von
Ameringen e no Brasil o seu nome foi alterado para Lamberto Versteg. Na
Alemanha, havia perdido sua fortuna e a posição social; em face da decadência. Mudou-se à Holanda, onde adoeceu. No hospital conheceu a holandesa Valfrida Bloon, casaram-se, tiveram dois filhos: Jacó e Lucila e vieram para o Brasil em 1858. Desembarcaram em
São Leopoldo, seguiram a pé até Santa Maria da Soledade (São Vendelino), compraram
o seu lote entre os morros da Canastra e do Diabo, onde construíram seu chalé, fizeram sua roça e adquiriram um cavalo, uma vaca leiteira, criavam galinhas,
porcos e domesticaram alguns animais.
(*3) FORTINI,p.26: “ De dia trabalhávamos com muito medo de sermos atacados pelos bugres. À noite alguns dos colonos eram destacados a montar guarda, a fim de dar alarme num caso de agressão. “Porém, os bugres nunca nos molestaram e também nunca os vimos”. Se não fossem os pinhões não sei como teríamos sobrevivido, porque somente em princípios de 1877 começaram as primeiras colheitas de produtos essenciais à nossa alimentação. Quando veio a safra constatamos que ela era disputada por muitos pretendentes, entre os quais macacos, papagaios, porcos e outros animais e aves que em grande número investiam contra as plantações".
(*3) FORTINI,p.26: “ De dia trabalhávamos com muito medo de sermos atacados pelos bugres. À noite alguns dos colonos eram destacados a montar guarda, a fim de dar alarme num caso de agressão. “Porém, os bugres nunca nos molestaram e também nunca os vimos”. Se não fossem os pinhões não sei como teríamos sobrevivido, porque somente em princípios de 1877 começaram as primeiras colheitas de produtos essenciais à nossa alimentação. Quando veio a safra constatamos que ela era disputada por muitos pretendentes, entre os quais macacos, papagaios, porcos e outros animais e aves que em grande número investiam contra as plantações".
(*4) MABILDE, p. 61¨: “O cacique Nicuó era perseguido pelos outros corados das
tribos do chefe Braga, nunca quis sair do mato e aldear-se, preferindo andar
errante com sua pouca gente, sem destino certo, fazendo correrias, somente para
ter ocasião de matar e assassinar os moradores da vizinhança”.
(*6) Nota: Apesar de estar no início da sua adolescência, Luís Bugre não era um
menino despreparado, já havia se acostumado a lutar pela sobrevivência, pois
participou da “correria”, que pode ser entendida como uma atividade de cunho guerreiro.
Entre os
colonos, estabelecidos nas colônias de imigrantes alemães, havia vários
ex-soldados “brummer”, que pediram demissão do exército brasileiro para atuarem
junto às novas comunidades. Entre esses profissionais encontrava Frederico Otto Grunitzky, de origem polonesa. Quanto ao
Capitão Wenzel Wartha, austríaco (casado com a prima do Padre Miguel Kellner,
que à época era Pároco de Montenegro), permaneceu no Exército da Guarda
Nacional até a sua aposentadoria. À época era praxe a realização de
casamentos entre parentes de integrantes e ex-integrantes do Exército e líderes comunitários, geralmente de origens diversas.
Rosa Maria B. Kaspary
Pesquisadora, poetisa
domingo, 14 de setembro de 2014
Livros - Imigração
REFERÊNCIAS
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Museu e Arquivo Histórico Visconde de São
Leopoldo, de São Leopoldo/RS., pesquisa sobre a imigração alemã no RS.
Wartha,
Wenzel. Diário Oficial da União,
exemplar nº 8979, de 22 de junho de 1913.
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