sábado, 4 de outubro de 2014

Garibaldi (Conde D'Eu), Bento Gonçalves (Princesa Isabel) e Carlos Barbosa

                                                        Garibaldi
           Os desbravadores de Garibaldi foram imigrantes de diversas etnias, contudo, apesar da diversificação, a cultura italiana predominou. As famílias sírias: Koff, Nehme, Mereb, Lahude e Nejar, desenvolveram o centro da cidade com suas casas comerciais. Ao longo da estrada Buarque de Macedo também foram edificados hotéis.
Em 1913 a família do Engenheiro agrimensor Manoel Peterlongo, natural de Trento, do Tirol italiano, produziu  o primeiro “champanhe” do Brasil chamado de Peterlongo.
          As vinícolas são as maiores atrações da região: 80% do espumante e 60% do vinho nacional são fabricados em Garibaldi e região. As vinícolas “Chandon”, Georges Aubert”, “Peterlongo”, dentre outras, permitem a visitação e degustação. Além de ser a terra do espumante, Garibaldi também é o maior produtor de frango do Rio Grande do Sul e segundo maior do Brasil.[1]
O município emancipou-se de Montenegro no dia 31 de outubro de 1900 e teve como primeiro prefeito o Cel. Jacob Nicolao Ely (1900/1908). O foro da Comarca foi criado no dia 05 de dezembro de 1964 e o primeiro Juiz de Direito foi o Dr. Fernando Rosa Grassi.
A cidade comemora anualmente a Fenachamp - Festa do Espumante Brasileiro, nos pavilhões da Fenachamp.
No início da imigração a comunidade de Garibaldi enfrentou muitas agruras, porém os seus líderes sempre acreditaram na força do seu povo e isso se constata no estribilho do Hino às Uvas, composto em 1913, pelo Intendente do Município (prefeito), Coronel Affonso Aurélio Porto:
 “Que de uvas se engrinalde
  Teu solo, amado torrão,
  Fazendo de Garibaldi
  A terra da Promissão”.  
O hino mais se parece com uma profecia. É profundo e inspirador, ao ponto que ousei responder o refrão: 
Na terra da promissão
Jorram vinhos espumantes
Nas taças, há coroação
Com as gotas borbulhantes. (Rosa M.B.Kaspary)

E toda região serrana, se “engrinaldou”! É o resultado do trabalho e da persistência do povo Italiano, que plantou, investiu e desenvolveu técnicas para chegar à excelência. 

                                            Bento Gonçalves

No início do século XX, a rede ferroviária chegou à região, facilitando o escoamento da produção de vinho, proporcionando uma base econômica sólida para o município.
Os imigrantes italianos trouxeram em suas bagagens o conhecimento milenar, adquirido com os ancestrais: eram agricultores, com inclinação à viticultura, carpinteiros, ferreiros, marceneiros, sapateiros, alfaiates etc. No início careciam de matéria prima, porém adaptaram suas experiências e gradativamente foram se aperfeiçoando. Em 1883, oito anos após a chegada dos pioneiros a Nova Milano, o sociólogo e publicitário Carlos Von Koseritz relatou em sua coluna da Gazeta de Porto Alegre: 
“Quem atravessa as três grandes colônias italianas do Estado, como nós atravessamos, e vê as numerosas roças que foram abertas no mato virgem, as parreiras, sem número e sem conta, as bem construídas casas de tábuas, os numerosos moinhos, fábricas de vinho, cerveja e aguardente, fábrica de móveis, de madeira e palha, os teares, as oficinas, que existem por toda parte, fica realmente surpreendido por tão extraordinário progresso”.(Fortini,p, 14)   
Hodiernamente o município é conhecido como a capital brasileira do vinho e se configura como o maior produtor de uvas do Rio Grande do Sul e o maior produtor de vinhos e derivados de uva do Brasil. Várias das empresas de destaque no cenário nacional tem sua sede em Bento Gonçalves, como: Vinícola Aurora, Vinhos Salton, Miolo Wine Group e Casa Valduga. Além das grandes empresas também há outras, bem como, as pequenas vinícolas familiares que contribuem com a diversidade e qualidade dos produtos elaborados. Existem aproximadamente 79 vinícolas instaladas no município.[2]
Bento Gonçalves emancipou-se de Montenegro no dia 11 de outubro de 1890 e seu primeiro prefeito foi o Cel. Antônio J. Marques de Carvalho Junior (1892/1924) e o segundo foi o Eng. João Batista Pianca (1924/1928).
O foro da Comarca foi criado no dia 17 de dezembro de 1907 e o primeiro Juiz de Direito foi o Dr. José Gonçalves Ferreira Costa e Promotor de Justiça o Dr. José Bernardo de Medeiros Junior.
A cidade recebe anualmente milhares de turistas, oferecendo aos seus visitantes o famoso passeio de “Maria Fumaça” com o trem que passa pela Ferrovia do Vinho, onde em cada estação são realizadas apresentações folclóricas, com uma parada em  Garibaldi, sendo sua última estação em Carlos Barbosa.
Um dos lugares mais visitados pelos turistas é o Vale dos Vinhedos de Bento Gonçalves, formado por parreirais, vinícolas, hotéis e restaurantes. O centro da cidade também é visitado, em especial a vinícola Aurora, Clube Ipiranga, igreja e os restaurantes com suas comidas típicas italianas.    
Bento Gonçalves realiza anualmente a Festa Nacional do Vinho - FENAVINHO. Além da uva e do vinho, o município também se destaca no setor moveleiro e realiza anualmente a Expo-Bento, no Parque de Eventos, no bairro Fenavinho, uma das maiores feiras multissetoriais do Brasil.

                                    Carlos Barbosa
         Os primeiros imigrantes que habitaram o município foram os luso brasileiros. Em 1855 os primeiros imigrantes alemães, franceses, poloneses, suíços valesanos, portugueses e espanhóis se instalaram em Carlos Barbosa. Por volta de 1875, um numeroso grupo de italianos, procedente de oito regiões da Itália, maioria do Vêneto e da Lombardia, estabeleceu-se na região para completar o povoamento. 
      Os engenheiros, agrimensores e serviçais de Porto Alegre, Montenegro e São Sebastião do Caí mudaram-se para Carlos Barbosa com o objetivo de administrar e legalizar os lotes das colônias.[3]
        Carlos Barbosa emancipou-se de Garibaldi no dia 25 de setembro de 1959 e teve como primeiro prefeito José Chies e vice-prefeito Ernesto Antônio Carlotto (1960/1963).
       O foro da Comarca foi criado no dia 10 de janeiro de 1985 e a primeira Juíza de Direito foi a Dra. Ana Beatriz Iser.
           Atualmente a fábrica Tramontina destaca-se na produção de talheres, panelas, pias e equipamentos elétricos e a Cooperativa Santa Clara na industrialização do leite e seus derivados. A cidade recebe anualmente milhares de turistas, oferecendo aos seus visitantes o famoso passeio de trem (Maria Fumaça), pela Ferrovia do Vinho, com parada em  Garibaldi, tendo como última estação a cidade de Bento Gonçalves.   
          O Município comemora anualmente a Festiqueijo, que é uma festa tradicional italiana, com farta gastronomia, evento que é realizado no salão paroquial da Igreja matriz da cidade.
Rosa Maria B. Kaspary
Pesquisadora










[2]BentoGonçalves, disponível em: www.bentogoncalves.rs.gov.br/consultado em 21/07/2014. 
[3] Carlos Barbosa disponívelem:http://www.carlosbarbosa.rs.gov.br/,consultado em 20/07/2014

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