sexta-feira, 11 de maio de 2018

Nossas Raízes Europeias


                                             
                    Em 1824, os pioneiros imigrantes alemães iniciaram a colonização de São Leopoldo/RS e na medida em que as “vilas” cresciam demograficamente, surgiam novas colônias próximas aos rios navegáveis.
             Os imigrantes europeus, ancestrais de José Erno e Julita Emília Kronitzky Boenny (Grunitzky Boeni), vieram ao Brasil a partir de 1847. Alguns foram destinados, diretamente, ao Rio Grande do Sul. Na época, milhares de imigrantes já haviam cruzado o Oceano Atlântico e fizeram do Brasil a sua segunda Pátria.
Casamento de José Erno e Julita Emília, em 1948. Ao lado dos noivos os genitores: Ernesto Boeni, Mathilde Regina Barth, João Aloysio Kronitzky e Amália Paulina Wartha.
Foto das Bodas de Diamante (60 anos de matrimônio) de José Erno e Julita Emília, no ano de 2008.



José Erno e Julita Emília, casal descendente de europeus de diversas nacionalidades  (austríaca, suíça, tcheca, polonesa, alemã e prussiana), tiveram dez filhas (Maria Irena, Veleda Terezinha, Erna Lúcia, Maria Jacinta, Rosa Maria, Leonila Inês, Roseli, Rejane Salete, Anelise Regina e Laurelena), quatro filhos (Roque Valdelirio, José Luiz, Paulo Antonio e Pedro Fernando) e dezenove netos.        





ANCESTRAIS DE JOSÉ ERNO E JULITA EMÍLIA KRONITZKY BOENNY
                                                        (Grunitzky Boeni)
1) Otto Friedrich Grunitzky (Otto Frederico Kronitzky, era bisavô paterno de Julita Emília), polonês, nasceu em 1823, morou em Kiel, Alemanha, Militar, veio ao Brasil juntamente com Theodor e Ludwig Grunitzky, também militares, era filho de Caspar Gronitzky e de Johanna Hübner. Casou-se em 1853, em São José do Hortêncio/RS, com Margaretha Bach (Margarida), nascida em 1835, em Theley, Alemanha, filha de Andreas Johannes Bach e de Gertrudes Schütz, também de Theley.
             Foi professor particular da Comunidade Católica de Bom Princípio e em 1868 foi professor público da Colônia de Santa Maria da Soledade (São Vendelino/RS), onde lecionou alemão e português e também foi regente de coral católico. Em 1870 o "ex-Brummer" exerceu o magistério na Picada Feliz (Feliz/RS) e após, foi Caixeiro Viajante. Ficou conhecido como “mestre de escola polonês”. Otto Frederico e Margarida, passaram os seus últimos dias em São Leopoldo/RS.

Certidão de Batizado de João Kronitzky, ano de 1895, Igreja Santo Inácio da Feliz, firmada pelo Padre Jesuíta João Baptista Ruland.  

2) Jacob Kronitzky (filho de Otto Frederico e Margarida e avô paterno de Julita Emília), casou-se com Maria Dietrich, nascida em 1866, em Viesenthal (atual Lučany nad Nisou), Bohemia, República Tcheca, filha de Augusto Dietrich e Antonia Tiatton Rotta.
           Dois filhos de Jacob e Maria Dietrich Kronitzky contraíram núpcias com as filhas de Wenceslau e Catharina Kellner Wartha. O filho João Kronitzky com Luiza Wartha (morou em Farroupilha) e João Aloysio Kronitzky, professor primário, dirigente de coral da Igreja de Arroio Jaguar/Alto Feliz, casou-se com Amália Paulina Wartha. Residiram por algum tempo em Santa Maria/RS e após, retornaram a Alto Feliz/RS, onde passaram o resto de seus dias. (ver nota 1)

3) Wenceslau  Wartha (Wenzel, era avô materno de Julita Emília), nasceu em 1866, na Áustria, era filho de José Wartha e de Anna Catharina Festner. Casou-se em 1885, com Khatrin Kellner (Catharina), nascida em 1869, na Áustria, filha de Michael Kellner e de Maria Dörfler.
           Wenceslau Wartha, era integrante do Batalhão de Infantaria Nacional de Montenegro e conforme Diário Oficial da União nº 8979, foi elevado a Capitão em 10/01/1902. Foi subintendente de Santa Maria da Soledade, de 1910 até 1924. Em 14/10/1913, consoante edital publicado no Diário Oficial, foi nomeado Subdelegado do 7º Distrito de Montenegro (Garibaldi e São Vendelino), onde cumulou as funções. Wenceslau e Catharina passaram os seus últimos dias em São Vendelino/RS.

Na foto de família, sentados: João Kronitzky e Luiza Wartha (ele, filho de Jacob Kronitzky e Maria Dietrich e ela, filha de Wenceslau Wartha e Catharina Kellner); de pé, da direita p/ esquerda, os filhos: Orlando, Dilva, Therezinha, (?) e (?) (ausente o filho Valdomiro do Paraná).

4) Carl Schaider (Carlos, era bisavô paterno de José Erno), nasceu em 1820, na Áustria, veio ao Brasil por volta de 1850, com sua esposa Marie Baumgartner (Maria), austríaca, juntamente com a filha Briska (Prisca). Conforme menção do “Jornal da Victória da Província do Espírito Santo”, datado de 01/07/1868, foi Agrimensor Imperial em Rio Novo/ES. Posteriormente, mudou-se a Santa Maria da Soledade/RS, onde exerceu a mesma função. Na comunidade era conhecido como Capitão Schaider (veio ao Brasil com a sua família, após 1850).  

5) Franz Xaver Boeni (Francisco Xavier, era avô paterno de José Erno), nasceu em 1841, em Moehlin, Aargau, Suíça. Veio para o Brasil em 1856, em companhia de sua genitora Vva. Johanna Böhni Boeni. Inicialmente, moraram na Colônia de Rio Novo do Sul, no estado do Espírito Santo.      Francisco Xavier, casou-se em 1868, com a austríaca Prisca Scheider, nascida em 1847, filha de Carlos Schaider e Maria Baumgartner, ambos austríacos. Em 1869, após o nascimento da primeira filha de Francisco Xavier e Prisca, as famílias migraram à Colônia de Santa Maria da Soledade (São Vendelino/RS), onde  viveram pelo resto de seus dias.
               A antiga casa dos “Schaider e Boeni” foi transformada em museu doméstico e ao lado existe uma réplica da primeira moradia desses imigrantes europeus, administrado pela família de Laurindo Boeni, endereço: Estrada Morro Canastra -São Vendelino, divisa com Alto Feliz/RS. 

6) Balthazar Barth (trisavô materno de José Erno), nasceu em 1811, em Theley, Alemanha, veio ao Brasil em 1847, com sua esposa Catharina Wirsch Barth, nascida em 1812 e seus quatro filhos: Maria, Heinrich, Catharina e Johannes. A família foi destinada à Picada Feliz/RS. Balthazar e Catharina passaram os seus últimos dias em Harmonia, RS.

7) Heinrich Barth (Henrique era bisavô materno de José Erno), nasceu em 1839, em Theley, Alemanha, veio  ao Brasil em 1847, com seus pais Balthazar e Catharina Wirsch Barth. Casou-se em 1862, na Picada Feliz (Feliz/RS), com Magdalena Hahn, nascida em 1845, em Tholey, Alemanha, filha de Peter Hahn, também de Tholey e de Maria Magdalena Kreiss, de Birkweiler, Alemanha. Moraram no Morro das Batatas, Alto Feliz/RS.

Foto de 1953, Jacob Barth com a filha Mathilde Regina, genro Ernesto Boeni e  bisnetos: Geraldo Rauber, Veleda, Irena, Erna, Ione, Iara e Sergio Boeny.

8) Catharina Bartzen Hansen (avó materna de José Erno), nasceu em 1864, filha de Johanis Adam Hansen (João Adão) e de Maria Margaretha Bartzen  (Margarida), ambos da Prussia, casou-se em 1884, em Feliz, com Jacob Barth, nascido em 1864, em Feliz/RS, filho de Heinrich Barth e de Magdalena Barth. Passaram os seus últimos dias em Alto Feliz/RS (ver nota 2).
              Jacob Barth,  era carreteiro, transportou mercadorias e bagagens do Porto Guimarães de São Sebastião do Caí a Nova Milano e Nova Vicenza (Farroupilha). As cargas normais eram tracionadas por três pares de mulas e as mais pesadas por cerca de cinco pares.
              A residência, que abrigou o casal Barth e posteriormente a filha Mathilde Regina e genro Ernesto, foi transformada em museu doméstico, sito na Rua Ernesto Boeni, bairro Nova Alemanha, Alto Feliz/RS.
             (no início da colonização, era praxe a realização de casamentos entre descendentes de "ex-Brummers", integrantes do exército Imperial, ou negociantes).

Pesquisa realizada por Rosa Maria B. Kaspary, jubilada TJ/RS, advogada, Novo Hamburgo/RS, filha de José Erno e Julita Emília; colaboração de Aline Oliveira Donatti, Administradora, Bacharel em Produção, Chapecó/SC, neta de João Kronitzky e Luiza Wartha e filha de Therezinha.

Nota 1- Somente três netos de João Aloysio e Amália Paulina Wartha Kronitzky seguiram a carreira docente: Celso O. Perottoni, Cuiabá/MT (Pedagogia); UCS/RS Claudio A. Perottoni (Mestre e Doutor em Ciências/Física); N.Petrópolis e Alto Feliz/RS, Anelise R. Boenny (Pedagogia).      
Nota 2- Conforme Livro de Registro de Entrada de Imigrantes do Arquivo Histórico do RGS, pág 51 , João e Margarida Hansen, juntamente com os filhos Maria e Carlos, vieram ao Brasil  em 06/10/1858, receberam um lote de terras em Nova Petrópolis/RS (contribuição de Silvia Hansen, Bióloga e bisneta de Carlos Hansen).  
    
Referências
Arquivo Histórico do Espírito Santo e Igreja N.Srª do Amparo de Cachoeiro do Itapemirim, ES; Arquivo Histórico do RGS: Rua Sete de Setembro, 1020, sala 17, Porto Alegre/RS; Arquivo Histórico Visconde São Leopoldo, SL; AHCMPA - Arquivo Histórico da Cúria Metropolitana de Porto Alegre/RS.

Diário Oficial da União nº 8979, de 10/01/1902; Jornal Oficial do RGS,  Edital publicado em 14/10/1913; Jornal da Victória da Província do Espírito Santo, nº 425, de 01/07/1868.
Diário Oficial da União, exemplar nº 8979: A infantaria da Guarda Nacional da Comarca de Montenegro ficou assim constituída: ESTADO MAIOR: Coronel Comandante Álvaro Apolinário Pereira de Moraes; Batalhão de Infantaria “4' companhia -- Capitão, Wenzel Wartha; tenente, Mauricio Bondam.  

Foram realizadas entrevistas com descendentes dos ancestrais pesquisados, verificação ao acervo, visitas a cemitérios, consultas a arquivos históricos, com a devida identificação nos livros competentes.


                                        Salve Maria, mãe de Jesus e nossa "Mãe Rainha"!
        
















15 comentários:

  1. Boa noite! Pelas informações aqui prestadas, Catharina Bartzen Hansen era irmã do meu Bisavô, Carlos Hansen. Pelos registros do AHRS, a família chegou ao Brasil em 1858, ou seja, 6 anos antes do nascimento informado na postagem. João e Catharina, voltaram para a Prússia?

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  2. Olá Silvia!
    Catharina nasceu no Brasil e os pais e Carlos eram da Prússia!

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  3. Olá, tenho imagem de Carl Schaider, meu tataravô. A filha dele, Prisca Schaider casou com Jacob Kunrath, pais do meu avô paterno Affonso Kunrath casado com Izabela Maria Froener, em Montenegro-RS.

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    1. Boa noite meu avô materno é da familia Schaider. Se puder me enviar a imagem de Carl Schaider ficarei grato. Ele foi o primeiro imigrante da familia aqui no Espírito Santo. Pedrohemerly@gmail.com

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    2. Anelise Kunrath, O Carl Schaeder (casado com Maria Baumgartner)e seus dois filhos "Carl Schaeder" e Prisca Schaeder, vieram da Áustria para o Brasil. Prisca casou-se com o suíço Francisco Xavier Boeni (meus bisavós) Referente ao filho "Carl Schaeder", não realizei pesquisas. Também há a possibilidade de serem homônimos. Um abraço.Meu e-mail: rosaambk@gmail.com

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    3. Ola, boa noite. Sou descendente direto de Carl Schaider,, pois seu filho Karl Joseph Schaider casado com Luiza Atz são meus bidsvós, pai de meu pai Ermindo Schaider. Caso tenha alguma foto de meus antepassados, se possível me envie. Fico grato.

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  4. Pedrohemerly, a imagem de Carl Schaider (e esposa) já está neste meu blog, no título "FRANCISCO XAVIER BOENI E PRISCA SCHAIDER", de 2017. Para consultar essa página, basta clicar abaixo (ao pé desta página), em "Postagem mais antiga". A primeira postagem é dos "Primeiros Boeni na América do Sul" e a 2ª postagem mais antiga é a acima mencionada, onde tem as fotos.OK? Rosa Maria.

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  5. Olá... boa tarde... eu li sobre o boeni, o meu bisavó dr. Arnoldo boeni e minha vó Ana Elizabeth boeni (casado gewehr)

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Boa noite, sou um Schaider/Schayder de Rio Novo do Sul/ES, gostaria de colher documentos para a aquisição de cidadania. Poderia deixar uma forma para poder entrar em contato? por gentileza!

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  8. Olá, gostaria de parabenizar pelo Blog, estou estasiado aqui com as informações da família Grunitzky. Gostaria de ter um contato seu para conversarmos, e obter mais informações. Quero encaminhar cidadania, e ver se você presta algum serviço nessa área. Muito grato.

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  9. Boa noite Luciano, agradeço pela apreciação. Na íntegra foi realizado um estudo, envolvendo imigração e genealogia. Quanto à aquisição de “cidadania”, cada país tem suas regras específicas e exigência de documentos e eu não disponho desses, apenas procedi as pesquisas, bem como, não presto serviços sobre o tema. Um abraço.

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  10. Bom dia. De qualquer forma fico imensamente agradecido por esse material, já compartilhei nos grupos de família. Muito grato e um abraço afetuoso.

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  11. Para os admiradores da genealogia vale lembrar, que antigamente os nomes eram repetidos, pela razão dos filhos receberem seus nomes conforme parentesco. O primeiro filho recebia o nome do avô paterno; o segundo o nome do avô materno; o terceiro o nome do pai; o quarto o nome do tio paterno mais velho e o quinto, o nome do segundo tio paterno mais velho ou do tio materno mais velho. Quanto às filhas: a primeira recebia o nome da avó materna; a segunda o nome da avó paterna; a terceira o nome da mãe; a quarta o nome da tia materna mais velha e a quinta, o nome da segunda tia materna mais velha, ou da tia paterna mais velha. Também podem ser observadas algumas exceções, onde alguns não recebiam o nome dos pais.

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  12. Sou trisneto de Heinrich Barth e Magdalena Hahn. lssch@hotmail.it

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