domingo, 13 de maio de 2018

A Liderança dos “ex-Brummers” pelas Colônias Alemãs do RGS



              Em 1851, o Império brasileiro contratou uma Legião Prussiana para integrar o Exército Imperial...       
                      
             A maioria desses Militares europeus pediu exoneração do Exército para trabalhar nas colônias alemãs do RGS, onde eram conhecidos como "ex-Brummers". Os destinados ao Vale do Caí: Carl Gartner, Agrimensor e em 1870 Diretor da Colônia de Santa Maria da Soledade (São Vendelino/RS); Ludwig Herpich, em 1884, foi co-fundador da Comunidade Evangélica de Linha General Neto (ex-Badenserberg); Franz Adolph Jäger foi professor na Picada Feliz/RS, de 1856 a 1859; Ernst Mutzel (Müzell), foi Agrimensor na Picada Feliz/RS; Ernst Hermann Döbber, foi professor e Pastor em Santa Maria da Soledade e Picada Feliz; Ferdinan Schönnel, foi professor e pastor em Maratá/Triunfo; Otto Friedrich Grunitzky, foi regente de coral, pintor, desenhista, professor particular da comunidade católica de Bom Princípio em 1863 e em 1865 professor público na Colônia de Santa Maria da Soledade, onde lecionou alemão e português, em 1870 exerceu o magistério na Picada Feliz (nota 1). Estes e tantos outros ex-Brummers foram considerados o “fermento” das colônias, auxiliaram os imigrantes alemães na criação de escolas, igrejas e sociedades.                                             
                                                      Rosa Maria B. Kaspary   
                                                              Pesquisadora

Nota 1: Campos Netto, em sua obra Montenegro, transcreveu detalhes sobre a ornamentação da capela N.S. da Anunciação de Bom Princípio, por ocasião da 1ª visita pastoral do Bispo do RGS, Dom Sebastião Dias Laranjeira, no texto publicado no jornal “Estrela do Sul”, edição 39, de 05/07/1863, onde ao final constou: “[...] tudo isto artisticamente pintado a óleo por aquele mestre de escola polonês cuja voz já havíamos admirado em São Miguel”. 

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Nossas Raízes Europeias


                                             
                    Em 1824, os pioneiros imigrantes alemães iniciaram a colonização de São Leopoldo/RS e na medida em que as “vilas” cresciam demograficamente, surgiam novas colônias próximas aos rios navegáveis.
             Os imigrantes europeus, ancestrais de José Erno e Julita Emília Kronitzky Boenny (Grunitzky Boeni), vieram ao Brasil a partir de 1847. Alguns foram destinados, diretamente, ao Rio Grande do Sul. Na época, milhares de imigrantes já haviam cruzado o Oceano Atlântico e fizeram do Brasil a sua segunda Pátria.
Casamento de José Erno e Julita Emília, em 1948. Ao lado dos noivos os genitores: Ernesto Boeni, Mathilde Regina Barth, João Aloysio Kronitzky e Amália Paulina Wartha.
Foto das Bodas de Diamante (60 anos de matrimônio) de José Erno e Julita Emília, no ano de 2008.



José Erno e Julita Emília, casal descendente de europeus de diversas nacionalidades  (austríaca, suíça, tcheca, polonesa, alemã e prussiana), tiveram dez filhas (Maria Irena, Veleda Terezinha, Erna Lúcia, Maria Jacinta, Rosa Maria, Leonila Inês, Roseli, Rejane Salete, Anelise Regina e Laurelena), quatro filhos (Roque Valdelirio, José Luiz, Paulo Antonio e Pedro Fernando) e dezenove netos.        





ANCESTRAIS DE JOSÉ ERNO E JULITA EMÍLIA KRONITZKY BOENNY
                                                        (Grunitzky Boeni)
1) Otto Friedrich Grunitzky (Otto Frederico Kronitzky, era bisavô paterno de Julita Emília), polonês, nasceu em 1823, morou em Kiel, Alemanha, Militar, veio ao Brasil juntamente com Theodor e Ludwig Grunitzky, também militares, era filho de Caspar Gronitzky e de Johanna Hübner. Casou-se em 1853, em São José do Hortêncio/RS, com Margaretha Bach (Margarida), nascida em 1835, em Theley, Alemanha, filha de Andreas Johannes Bach e de Gertrudes Schütz, também de Theley.
             Foi professor particular da Comunidade Católica de Bom Princípio e em 1868 foi professor público da Colônia de Santa Maria da Soledade (São Vendelino/RS), onde lecionou alemão e português e também foi regente de coral católico. Em 1870 o "ex-Brummer" exerceu o magistério na Picada Feliz (Feliz/RS) e após, foi Caixeiro Viajante. Ficou conhecido como “mestre de escola polonês”. Otto Frederico e Margarida, passaram os seus últimos dias em São Leopoldo/RS.

Certidão de Batizado de João Kronitzky, ano de 1895, Igreja Santo Inácio da Feliz, firmada pelo Padre Jesuíta João Baptista Ruland.  

2) Jacob Kronitzky (filho de Otto Frederico e Margarida e avô paterno de Julita Emília), casou-se com Maria Dietrich, nascida em 1866, em Viesenthal (atual Lučany nad Nisou), Bohemia, República Tcheca, filha de Augusto Dietrich e Antonia Tiatton Rotta.
           Dois filhos de Jacob e Maria Dietrich Kronitzky contraíram núpcias com as filhas de Wenceslau e Catharina Kellner Wartha. O filho João Kronitzky com Luiza Wartha (morou em Farroupilha) e João Aloysio Kronitzky, professor primário, dirigente de coral da Igreja de Arroio Jaguar/Alto Feliz, casou-se com Amália Paulina Wartha. Residiram por algum tempo em Santa Maria/RS e após, retornaram a Alto Feliz/RS, onde passaram o resto de seus dias. (ver nota 1)

3) Wenceslau  Wartha (Wenzel, era avô materno de Julita Emília), nasceu em 1866, na Áustria, era filho de José Wartha e de Anna Catharina Festner. Casou-se em 1885, com Khatrin Kellner (Catharina), nascida em 1869, na Áustria, filha de Michael Kellner e de Maria Dörfler.
           Wenceslau Wartha, era integrante do Batalhão de Infantaria Nacional de Montenegro e conforme Diário Oficial da União nº 8979, foi elevado a Capitão em 10/01/1902. Foi subintendente de Santa Maria da Soledade, de 1910 até 1924. Em 14/10/1913, consoante edital publicado no Diário Oficial, foi nomeado Subdelegado do 7º Distrito de Montenegro (Garibaldi e São Vendelino), onde cumulou as funções. Wenceslau e Catharina passaram os seus últimos dias em São Vendelino/RS.

Na foto de família, sentados: João Kronitzky e Luiza Wartha (ele, filho de Jacob Kronitzky e Maria Dietrich e ela, filha de Wenceslau Wartha e Catharina Kellner); de pé, da direita p/ esquerda, os filhos: Orlando, Dilva, Therezinha, (?) e (?) (ausente o filho Valdomiro do Paraná).

4) Carl Schaider (Carlos, era bisavô paterno de José Erno), nasceu em 1820, na Áustria, veio ao Brasil por volta de 1850, com sua esposa Marie Baumgartner (Maria), austríaca, juntamente com a filha Briska (Prisca). Conforme menção do “Jornal da Victória da Província do Espírito Santo”, datado de 01/07/1868, foi Agrimensor Imperial em Rio Novo/ES. Posteriormente, mudou-se a Santa Maria da Soledade/RS, onde exerceu a mesma função. Na comunidade era conhecido como Capitão Schaider (veio ao Brasil com a sua família, após 1850).  

5) Franz Xaver Boeni (Francisco Xavier, era avô paterno de José Erno), nasceu em 1841, em Moehlin, Aargau, Suíça. Veio para o Brasil em 1856, em companhia de sua genitora Vva. Johanna Böhni Boeni. Inicialmente, moraram na Colônia de Rio Novo do Sul, no estado do Espírito Santo.      Francisco Xavier, casou-se em 1868, com a austríaca Prisca Scheider, nascida em 1847, filha de Carlos Schaider e Maria Baumgartner, ambos austríacos. Em 1869, após o nascimento da primeira filha de Francisco Xavier e Prisca, as famílias migraram à Colônia de Santa Maria da Soledade (São Vendelino/RS), onde  viveram pelo resto de seus dias.
               A antiga casa dos “Schaider e Boeni” foi transformada em museu doméstico e ao lado existe uma réplica da primeira moradia desses imigrantes europeus, administrado pela família de Laurindo Boeni, endereço: Estrada Morro Canastra -São Vendelino, divisa com Alto Feliz/RS. 

6) Balthazar Barth (trisavô materno de José Erno), nasceu em 1811, em Theley, Alemanha, veio ao Brasil em 1847, com sua esposa Catharina Wirsch Barth, nascida em 1812 e seus quatro filhos: Maria, Heinrich, Catharina e Johannes. A família foi destinada à Picada Feliz/RS. Balthazar e Catharina passaram os seus últimos dias em Harmonia, RS.

7) Heinrich Barth (Henrique era bisavô materno de José Erno), nasceu em 1839, em Theley, Alemanha, veio  ao Brasil em 1847, com seus pais Balthazar e Catharina Wirsch Barth. Casou-se em 1862, na Picada Feliz (Feliz/RS), com Magdalena Hahn, nascida em 1845, em Tholey, Alemanha, filha de Peter Hahn, também de Tholey e de Maria Magdalena Kreiss, de Birkweiler, Alemanha. Moraram no Morro das Batatas, Alto Feliz/RS.

Foto de 1953, Jacob Barth com a filha Mathilde Regina, genro Ernesto Boeni e  bisnetos: Geraldo Rauber, Veleda, Irena, Erna, Ione, Iara e Sergio Boeny.

8) Catharina Bartzen Hansen (avó materna de José Erno), nasceu em 1864, filha de Johanis Adam Hansen (João Adão) e de Maria Margaretha Bartzen  (Margarida), ambos da Prussia, casou-se em 1884, em Feliz, com Jacob Barth, nascido em 1864, em Feliz/RS, filho de Heinrich Barth e de Magdalena Barth. Passaram os seus últimos dias em Alto Feliz/RS (ver nota 2).
              Jacob Barth,  era carreteiro, transportou mercadorias e bagagens do Porto Guimarães de São Sebastião do Caí a Nova Milano e Nova Vicenza (Farroupilha). As cargas normais eram tracionadas por três pares de mulas e as mais pesadas por cerca de cinco pares.
              A residência, que abrigou o casal Barth e posteriormente a filha Mathilde Regina e genro Ernesto, foi transformada em museu doméstico, sito na Rua Ernesto Boeni, bairro Nova Alemanha, Alto Feliz/RS.
             (no início da colonização, era praxe a realização de casamentos entre descendentes de "ex-Brummers", integrantes do exército Imperial, ou negociantes).

Pesquisa realizada por Rosa Maria B. Kaspary, jubilada TJ/RS, advogada, Novo Hamburgo/RS, filha de José Erno e Julita Emília; colaboração de Aline Oliveira Donatti, Administradora, Bacharel em Produção, Chapecó/SC, neta de João Kronitzky e Luiza Wartha e filha de Therezinha.

Nota 1- Somente três netos de João Aloysio e Amália Paulina Wartha Kronitzky seguiram a carreira docente: Celso O. Perottoni, Cuiabá/MT (Pedagogia); UCS/RS Claudio A. Perottoni (Mestre e Doutor em Ciências/Física); N.Petrópolis e Alto Feliz/RS, Anelise R. Boenny (Pedagogia).      
Nota 2- Conforme Livro de Registro de Entrada de Imigrantes do Arquivo Histórico do RGS, pág 51 , João e Margarida Hansen, juntamente com os filhos Maria e Carlos, vieram ao Brasil  em 06/10/1858, receberam um lote de terras em Nova Petrópolis/RS (contribuição de Silvia Hansen, Bióloga e bisneta de Carlos Hansen).  
    
Referências
Arquivo Histórico do Espírito Santo e Igreja N.Srª do Amparo de Cachoeiro do Itapemirim, ES; Arquivo Histórico do RGS: Rua Sete de Setembro, 1020, sala 17, Porto Alegre/RS; Arquivo Histórico Visconde São Leopoldo, SL; AHCMPA - Arquivo Histórico da Cúria Metropolitana de Porto Alegre/RS.

Diário Oficial da União nº 8979, de 10/01/1902; Jornal Oficial do RGS,  Edital publicado em 14/10/1913; Jornal da Victória da Província do Espírito Santo, nº 425, de 01/07/1868.
Diário Oficial da União, exemplar nº 8979: A infantaria da Guarda Nacional da Comarca de Montenegro ficou assim constituída: ESTADO MAIOR: Coronel Comandante Álvaro Apolinário Pereira de Moraes; Batalhão de Infantaria “4' companhia -- Capitão, Wenzel Wartha; tenente, Mauricio Bondam.  

Foram realizadas entrevistas com descendentes dos ancestrais pesquisados, verificação ao acervo, visitas a cemitérios, consultas a arquivos históricos, com a devida identificação nos livros competentes.


                                        Salve Maria, mãe de Jesus e nossa "Mãe Rainha"!